terça-feira, novembro 29, 2005

Recomenda-se vivamente!

The constant gardner

Mais uma grande surpresa!
"The constant gardener" o ultimo filme de Fernando Meirelles, que depois "Cidade de Deus" volta a surpreender-me com a sua capacidade de transmitir a realidade atravez das "suas" objectivas, entre outros Promenores... Baseado no livro de "John le Carré", uma adaptação fantástica, que na opinião de quem já leu o livro supera-o indubitavelmente. Espero que vejam ou que tenham visto...

quarta-feira, novembro 23, 2005

Waiting for Something




"Waiting For The Miracle"


"Baby, I've been waiting,
I've been waiting night and day.
I didn't see the time,
I waited half my life away.
There were lots of invitations
and I know you sent me some,
but I was waiting
for the miracle, for the miracle to come.
I know you really loved me.
but, you see, my hands were tied.
I know it must have hurt you,
it must have hurt your pride
to have to stand beneath my window
with your bugle and your drum,
and me I'm up there waiting
for the miracle, for the miracle to come.
Ah I don't believe you'd like it,
You wouldn't like it here.
There ain't no entertainment
and the judgements are severe.
The Maestro says it's Mozart
but it sounds like bubble gum
when you're waiting
for the miracle, for the miracle to come.
Waiting for the miracle
There's nothing left to do.
I haven't been this happy
since the end of World War II.
Nothing left to do
when you know that you've been taken.
Nothing left to do
when you're begging for a crumb
Nothing left to do
when you've got to go on waiting
waiting for the miracle to come.
I dreamed about you, baby.
It was just the other night.
Most of you was naked
Ah but some of you was light.
The sands of time were falling
from your fingers and your thumb,
and you were waiting for the miracle,
for the miracle to come
Ah baby, let's get married,
we've been alone too long.
Let's be alone together.
Let's see if we're that strong.
Yeah let's do something crazy,
something absolutely wrong
while we're waiting"
By Leonard Cohen
Album The Future

sábado, novembro 12, 2005

O Sol de presente


Essa Miúda

Essa miúda é uma fogueira
Que te acende as noites em qualquer lugar
E tu desejas arder com ela
Enquanto bebes o perfume
Que ela deita nos seus trapos de côr
Para te embriagar

Essa miúda é um exagero
Diz que sem ti não sabe voar
E tu adoras voar com ela
E enquanto inventas espaços novos
Ela vai arquitectando uma teia
Para te aconchegar

Essa miúda faz-te acreditar
Que o Sol é um presente
Que a aurora traz
Principalmente para ti

Essa miúda é uma feiticeira
Prende-te a mente e põe-se a falar
E tu bem tentas compreendê-la
Mas o que sai da sua boca
Não parece condizer com o que ela
Te diz com o olhar

Essa miúda faz-te acreditar
Que o Sol é um presente
Que a aurora traz
Principalmente para ti

by Jorge Palma

quinta-feira, novembro 10, 2005

Para além de...

Mais Além...

Há sempre algo que nos deixa divididos, entre o ir e o ficar, entre o querer e o não querer, entre o gostar e o não gostar, entre outras contradições que vagueiam nos nossos sentidos e na nossa alma ao longo da nossa vida.
Seremos nós capazes de não construir fronteiras em redor de nós próprios limitando-nos a visão para o mais além?! Teremos nós próprios a consciência de que realmente as construímos, limitando-nos o campo de visão e de actuação?!
Bem na minha opinião poderão existir enumeras razões ou factores condicionantes para que tal aconteça, obviamente não os vou expor aqui, porque realmente tenho a consciência que existem. Será que todos nós a temos?!! E porque os aceitamos?!!
Gostamos mais de concordar com opiniões alheias em vez de conscientemente as termos nós próprios?!! É mais fácil?! Será que nenhum de nós ou realmente poucos conseguem ver mais além, atravessando as fronteiras da própria e limitada visão?!!
Uma coisa é certa, essa fronteira, na minha opinião existe, e além do mais, limita-os a alma, dissuadindo-nos de tomarmos a coragem de realmente nos enfrentarmos a nós próprios, os nossos medos, os nossos maiores receios, o que realmente gostamos, a nossa própria condição e o pior de tudo deixando-nos a sofrer, por nem se quer tentar-mos conquistar o que vai no nosso coração...
É sempre mais fácil seguirmos os conselhos “sábios” de alguém e não termos a responsabilidade imediata dos nossos actos, não ultrapassando as barreiras da nossa visão(...) By xbs

Estamos Presos a Algo?!


Lisbon Revisited
(1926)












"Nada me prende a nada.
Quero cincoenta coisas ao mesmo tempo.
Anceio com uma angustia de fome de carne
O que não sei que seja –
Definidamente pelo indefinido...
Durmo irrequieto, e vivo num sonhar irrequieto
De quem dorme irrequieto, metade a sonhar.
Fecharam-me todas as portas abstratas e necessarias.
Correram cortinas por dentro de todas as hypotheses que eu poderia
ver da rua.
Não ha na travessa achada o numero de porta que me deram.
Accordei para a mesma vida para que tinha adormecido.
Até os meus exercitos sonhados sofreram derrota.

Até os meus sonhos se sentiram falsos ao serem sonhados.
Até a vida só desejada me farta – até essa vida...
Comprehendo a intervalos desconexos;
Escrevo por lapsos de cansaço;
E um tedio que é até do tedio arroja-me á praia.
Não sei que destino ou futuro compete á minha angústia sem leme;
Não sei que ilhas do Sul impossivel aguardam-me naufrago;
Ou que palmares de literatura me darão ao menos um verso.
Não, não sei isto, nem outra cousa, nem cousa nenhuma...
E, no fundo do meu espirito, onde sonho o que sonhei,
Nos campos ultimos da alma, onde memóro sem causa
(E o passado é uma nevoa natural de lágrimas falsas),
Nas estradas e atalhos das florestas longinquas
Onde supuz o meu ser,
Fogem desmantelados, ultimos restos
Da ilusão final,
Os meus exercitos sonhados, derrotados sem ter sido,
As minhas cohortes por existir, esfaceladas em Deus."(...)byÁlvaro de Campos

segunda-feira, novembro 07, 2005

Viver!!??




"Viver é ser outro. Nem sentir é possível se hoje se sente como ontem se sentiu: sentir hoje o mesmo que ontem não é sentir - é lembrar hoje o que se sentiu ontem, ser hoje o cadáver vivo do que ontem foi a vida perdida" by Fernando Pesssoa

sábado, novembro 05, 2005

Abandono VS Amor


Alguém deixou o seguinte comment, “o abandono é não ter alguém a quem amar!”.
Á partida, poderíamos concordar com esta afirmação, mas eu pergunto, o facto de não termos alguém a quem amar, como nos pode levar a pensar em abandono? Bem, tudo depende do significado que dermos as palavras amor e abandono. Podemos nós conscientemente ou não, não amar alguém?; podemos não ter o chamado amor próprio, mas podemos amar alguém, nem que seja platonicamente!; podemos inclusivamente amar alguém, e no entanto sentirmo-nos abandonados, ou pela sorte, pelo próprio amor, pela própria alma, ou gelados pelos ventos que sopram de encontra o coração!!
Sentirmo-nos abandonados, é por vezes, não conseguir fazer passar as mensagens do que sentimos ou pensamos, a quem queremos, ou a qualquer alma que seja... é quando a comunicação falha e se perde aleatoriamente, ou chega distorcida e ai nos sentimos incompreendidos, e ficamos numa ilha, completamente isolados. Certamente que ninguém absorve e interpreta a informação da mesma maneira, mas a ideia central e fundamental, deveria chegar de igual maneira para todos. Teremos códigos diferentes, certamente que sim, mas não serão eles de maneira geral universais!? Na minha opinião, não posso concordar que o abandono passe por não termos alguém a quem amar e vice verça, mas o que é a minha opinião!...
By xbs

Somos feitos de muitos pedaços!!!

















(...)"Mas a minha tristeza é sossego
Porque é natural e justa
E é o que deve estar na alma
Quando já pensa que existe
E as mãos colhem flores sem ela dar por isso.
Como um ruído de chocalhos
Para além da curva da estrada,
Os meus pensamentos são contentes.
Só tenho pena de saber que eles são contentes,
Porque, se o não soubesse,
Em vez de serem contentes e tristes,
Seriam alegres e contentes.
Pensar incomoda como andar à chuva
Quando o vento cresce e parece que chove mais.
Não tenho ambições nem desejos
Ser poeta não é uma ambição minha
É a minha maneira de estar sozinho."(...) By Fernando Pessoa

quinta-feira, novembro 03, 2005

Deslocados!!??

Viveremos deslocados?!!!

Vivemos num mundo, que cada vez mais exige de nós; vidas cada vez mais preenchidas, restando pouco, ou quase nenhum tempo para realmente “vivermos” da maneira que realmente mais desejamos, o trabalho, os amigos, os estudos eventualmente, as novas tecnologias, ocupam-nos de tal maneira que por ventura nos possamos sentir satisfeitos, e até completos; mas será, no fundo tudo isso que realmente nos preenche e nos faz sentir bem?!! Será isso que realmente queremos? Estamos num determinado local, mas queremos sempre estar noutro, podemos estar com alguém, mas ao mesmo tempo desejarmos estar com outra pessoa ou pessoas, podemos dedicarmo-nos a algo, mas num desejaremos dedicarmo-nos a outras coisas?! As nossas vontades também vão mudando, dizem que é de crescermos e amadurecermos! Será?!! Todo o caminho das nossas vidas, está claro, cheio de cruzamentos, seguiremos nós sempre o mais correcto?
Estaremos sempre no sitio certo á hora certa?!! Estaremos a fazer o que realmente deveríamos, ou o que seria suposto?!! Como poderemos sabe-lo?! Sabê-lo-emos algum dia?!! Vivemos! Ou vamos vivendo; as vezes empurrados pelas brisas ou correntes que nos rodeiam, outras vezes cheios de motivação e de consciência tomamos a dianteira e atiramo-nos de cabeça á vida; Mas será ai, num determinado espaço físico, que será suposto estarmos para conscientemente ou não tomarmos as ditas decisões mais importantes?!!! Estaremos deslocados fisicamente, geograficamente, ou até no espaço temporal?!! Será que algo faz realmente sentido?!!! by xbs

quarta-feira, novembro 02, 2005

o abandono




XI


"Não sou eu quem descrevo. Eu sou a tela
E oculta mão colora alguém em mim.
Pus a alma no nexo de perdê-la
E o meu princípio floresceu em Fim.
Que importa o tédio que dentro em mim gela,
E o leve Outono, e as galas, e o marfim,

E a congruência da alma que se vela
Como os sonhados pálios de cetim?
Disperso... E a hora como um leque fecha-se..
Minha alma é um arco tendo ao fundo o mar..
O tédio? A mágoa? A vida? O sonho? Deixa-se.
E, brindo as asas sobre Renovar,
A erma sombra do voo começado
Pestaneja no campo abandonado... "by Fernando Pessoa
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